Não sei também te acontece, difuso leitor, mas, por vezes, sinto uma estranha compulsão pela leitura. Estou a ler qualquer coisinha (neste momento o "Pequeno Almoço de Campeões" de Kurt Vonnegut) e começo a sentir apelos externos, cantos de sereia desconcertantes que me levam a abeirar de prateleiras repletas de livros.
Hoje lá me cheguei a uma prateleira da biblioteca da minha escola. Ia só verificar se tinham "A Peste", de Camus. Tinham. Dois exemplares e tudo. Foi então que ouvi um sereia a cantarolar ao longe.
Como na biblioteca as coisas estão arrumadinhas, ali perto espreitava na minha direcção "A Guerra das Salamandras" de Karel Capek. O nome do autor é-me familiar por ser o criador do conceito de robot ou coisa que o valha. Tendo dez minutos perdidos no tempo não resisti a folhear a coisa e ler um pedaço.
Não tinha completado a segunda página já um bando de sereias serigaitas me enchia a mona de cânticos irresistíveis. Ai, ai, eram tantas e cantavam tão melodiosamente! Fechei o livro com a mente ainda a palpitar, passei os olhos pela sinopse e... punfas, toma lá que já almoçaste! Lá estava escarrapachado que Capek foi uma grande influência para dois ou três escritores mas só fixei o nome de um desses eventuais discípulos: Kurt Vonnegut!
Pronto. Estava dado o laço. Nunca li Capek mas sei que, a partir de agora, me será impossível não o fazer.
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