Em conversa com um amigo recordei esta manhã duas expressões que muito ouvi na minha infância mas que o tempo se encarregou de esconder.
A primeira era utilizada pelo meu avô materno, o Avô Mário. Frequentemente designava por "pedaço d'asno" aqueles ou aquelas que por qualquer motivo lhe desagradavam. Que magnífico insulto! O alvo do seu desprezo era de tal ordem que nem sequer a asno completo poderia ser comparado. Apenas a um pedaço, não mais que uma pequena parte. Lindo.
A outra expressão que veio aquecer-me a alma e recordar os tempos em que ainda usava calções por imposição e nunca por opção era muito utilizada pelo meu pai, esta normalmente aplicável em discurso directo: "vai-te encher de moscas" era o dito. Outro insulto insidioso. Quem ou o quê se enche de moscas? As cavalgaduras e os montes de merda! Logo, desejar ou mesmo ordenar a alguém que se encha de moscas corresponde a considerar que esse alguém tem algum tipo de parentesco com animais de pêlo ou com matéria fecal.
Rimo-nos moderadamente. Penso poder afirmar que estas memórias nos proporcionaram bons momentos, a mim e ao meu amigo.
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