Visto sob a perspectiva de quem anda por aqui a fazer pela vida, o nosso sistema sócio-político é uma coisa odiosa. Já muitas vezes expliquei que me considero um tipo com sorte. Por nunca ter passado fome que não fosse por opção, por nunca ter tido frio que não fosse por descuido, por ter uma saúde razoável. A tudo isto posso somar o facto de nunca ter tido faltas de dinheiro dramáticas. Enfim, sou aquilo que alguns designam por "nababo". Se bem que em pequena escala.
"Então, se és um nababo, ainda que em pequena escala, de que te queixas" podes tu perguntar, velho amigo leitor (ou velha amiga). Queixo-me não por mim, mas por outros que vivem vidas de merda por serem, tal como eu, comidos por parvos pelas forças do capital. A diferença é que eu, depois de bem rapado e chupado pela vampiragem ainda vou ficando com uns trocos que me permitem comer bem e beber melhor. Nada de luxos desnecessários até porque, na sua maior parte, são inalcançáveis. E, sinceramente, estou-me bem a cagar para os luxos de um modo geral. Petinga, arroz de feijão e uma boa garrafa de tinto já fazem mim algo próximo de um paxá.
Mas a verdade é que a forma como somos roubados à descarada pelos bancos e pelas geringonças das finanças não é nada agradável, muito menos justa, absolutamente imoral. Os ordenados miseráveis que auferem largas fatias da população, gente que trabalha para ser pobre, as rendas, os juros, os impostos, as taxas, tornam para mim um mistério a vida destes meus concidadãos. Daí que sinta alguma vontade de lixar a vida aos cabrões que nos lixam a nossa.Seria um prazer.
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