quarta-feira, junho 07, 2023

Ainda a respeito da Economia

    

Temos vivido tempos políticos conturbados, não por questões de política propriamente dita, mas por aquilo a que os francófonos chamam "faits divers". É extraordinário que se possa continuar a discutir a legalidade de uma acção que poderá ter sido (ou não) tomada por fulano a mando de sicrano que nega tudo e o seu contrário, como se fôssemos figurantes de uma ópera bufa à escala nacional. Enquanto andamos nesta treta as coisas verdadeiramente importantes ou parecem menores ou simplesmente passam de fininho. 

            

          Veio António Costa fazer frente aos que o tentavam açoitar por não dizer a verdade, agitando-lhes à frente do nariz os números da Economia. Faltará Ética mas sobra Economia que é o que interessa! E depois vem a história dos bancos, dos certificados de aforro e dos juros e recordo a célebre afirmação de Luís Montenegro, devidamente enquadrada nos idos de 2014: "a vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor" bem na linha de outra reflexão intemporal, esta da autoria de Passos Coelho: "nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo".

 

E é muito isto! Neste período pós-geringonça recuperámos a perspectiva dos tempos da “troika”: "nós", o povinho, só nos safamos empobrecendo enquanto "eles", os ricos, não habitam o mesmo planeta e, certamente por isso, ficam cada vez mais ricos. Haverá quem consiga explicar a coisa com clareza mas eu não sou capaz. Faltam-me estudos.

 

Carta enviada ao Director do jornal Público

 

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