Pensar nas coisas tentando encontrar-lhes um sentido é uma tarefa de complexidade variável. O grau de complexidade pode ser desconcertante pois que uma questão aparentemente simples poderá revelar-se demasiado difícil e o contrário também pode acontecer. Estamos, portanto, num eventual estado de eterna estupidificação perante as coisas que constituem o Mundo (Mundo entendido como a soma das coisas físicas com as metafísicas).
Pronto, bastou o parágrafo anterior para me ter metido numa embrulhada da pior espécie. Encontrar um sentido seja para o que for, parece obrigar-nos a um intrincado exercício dialético que nos conduz sempre em direcção a um ponto limite ou uma linha de fronteira. No extremo de uma reflexão sincera não deparamos nunca com um muro, antes vamos encontrar-nos na orla de uma densa floresta. Podemos voltar para trás, acampar no local ou pegar na catana da Razão e insistir, prosseguindo caminho.
Acontece por vezes, termos um vislumbre de algo que nos parece uma resposta. Podemos mesmo encontrar uma forma perceptível no meio da floresta. Mas serão fugidios momentos de felicidade, sensações passageiras de plenitude.
Estou em crer que cada vez que algo faz sentido apenas acrescenta maior necessidade de reflexão para que possamos continuar a tentar compreender o mundo que nos rodeia. Ou seja, cada resposta encontrada apenas amplia o campo das questões a colocar seguidamente. Quanto mais penetramos a floresta mais densa ela se torna, embora nos ofereça, aqui e ali, uma nova clareira onde poderemos acampar e ficar. Mas, há alguém que resista à tentação de continuar a desbravar?
(estou a entrar no capítulo final de O Princípio de Tudo)
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