Se para alguma coisa tem servido a guerra na Ucrânia é para mostrar que não há nesta merda grandiosidade nenhuma. Sangue, tripas, fedor, fumo, ruínas... uma lista interminável de palavras separadas por vírgulas, uma cadeia de palavras com a qual prendemos o mastim da raiva que nos consome o peito. Palavras isoladas, palavras sem frase: morte, violação, óbus, cão, avião, floresta, ruínas... um ideal de civilização despedaçado pela brutalidade da guerra. Nesta merda não há grandiosidade nenhuma.
Nesta guerra em particular, além da miséria, da dor, do sofrimento, há também doses incalculáveis de cretinice arrogante, gente que disseca os acontecimentos de forma mais analítica que sintética, encontrando sempre uma forma luminosa (e iluminada) de expor a sua visão, provar a razoabilidade absoluta da sua razão; sua ou da facção em que se enquadra que, nestas coisas, sozinhos não somos ninguém (onde haveríamos de oferecer pasto à besta da nossa narrativa?). Gente que vê sempre mais que o seu vizinho que por sua vez vê muito mais que aqueloutro, um crescendo de capacidade interpretativa e visionária capaz de espantar o mais encardido dos burgueses, o mais extraordinário dos heróis da classe operária.
Com a guerra aqui a "apenas" 4000 quilómetros, ouvem-se perfeitamente os gritos de Deus. Grita agora, Deus, grita agora... como diz o povo, Tu precisas de ouvir: "tarde piaste"!
3 comentários:
Chamemos ao Putin . o FACÍNORA.
Boa tarde. Cada dia vemos uma realidade pior e horrores dessa guerra e covardia.
Nem posso imaginar o que é estar na Ucrânia, nem sequer o que possa sentir um ucraniano.
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