Ler os sinais que nos são enviados pelo mundo circundante pode ser um exercício ingrato para a inteligência de cada um. É uma leitura propícia à emersão dos preconceitos que trazemos arrumadinhos dentro das nossas cabeças. Se queremos acreditar, acreditamos, se não queremos acreditar, negamos.
Se a leitura dos sinais tem a ver com as convicções que nos animam procuramos ratificação e não esclarecimento. É difícil aceitar que estamos enganados quando reflectimos sobre aquilo que, em certa medida, faz de nós o que nós somos, mesmo quando os dados que recolhemos tendem a provar-nos que estamos muito distantes da verdade.
Disse Mário Soares, saudoso pai de Democracia portuguesa, que "só os burros não mudam de opinião". É bem verdade que, em muitas ocasiões, mantemos a nossa opinião por pura e refinada burrice, contrariando o Universo inteiro, se preciso for. Ter razão é alimento necessário à alma humana. Dê lá por onde der. E a nossa alma parece estar sempre esfomeada com uma fome impossível de saciar.
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