O novo confinamento geral está a chegar. É um soco na testa. Imagino que muita gente se sinta como eu me sinto, sinto-me acabrunhado. A verdade é que, apesar de tudo, não estava à espera disto. Medidas restritivas, sim, mas confinamento geral... outra vez...
Discute-se a possibilidade de fechar de novo as escolas, por outro lado coloca-se a hipótese de as manter em funcionamento. Não sei se volto para casa ou continuo a contactar directamente com os meus alunos. Fala-se nos vários riscos que pairam sobre toda uma geração de crianças e jovens, desde a saúde mental ao desenvolvimento intelectual e escolar.
Isto deixa-me a pensar nos riscos idênticos que afectaram as gerações de crianças e jovens que cresceram durante o salazarismo. Crescemos, estamos aqui, construímos a nossa vida a cada dia que passa.
A normalidade não existe, de facto. A existência humana, individual ou colectiva, é o resultado da conjugação de uma série de factores que mudam constantemente, é uma hibridização anárquica que flutua nos nossos corações e nas nossas mentes. Com confinamento ou sem ele temos o dever de continuar com as nossas vidas moldando o nosso Ser de acordo com as convicções que nos animam.
Por mim continuo a acreditar que posso contribuir para construir um mundo melhor para as gerações que se seguem ou, pelo menos, evitar que o mundo se desagregue à nossa volta.
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