sábado, fevereiro 11, 2012

A actriz

Hoje fui ver o filme "A Dama de Ferro". Um filme mediano, a correr o risco de ser quase aborrecido mas... há um enorme "mas" nesta história, tem Meryl Streep. Com uma actriz assim não há filme que caia no marasmo.

"A Dama de Ferro" é Meryl Streep e muito pouco mais. Esse "pouco" torna-se irrelevante perante a excelência da interpretação da senhora Meryl Streep. Ela está sempre lá. Cada gesto, cada olhar, cada inflexão da voz, tudo tem um significado específico, tudo ganha uma dimensão extraordinária na actuação desta actriz que merece meia dúzia de Oscares pelo trabalho que aqui apresenta. Não acredito que alguém tenha coragem de não lhe entregar, mais uma vez, a estatueta de ouro careca.

Margaret Tatcher foi, para muitos, uma mulher odiosa. Na minha juventude era uma personificação de tudo aquilo que importava combater. Muitas vezes lhe chamei coisas que agora não vale a pena recordar, muito menos escrever. Nos dias que correm estará a dissolver-se lentamente dentro do seu próprio veneno. Quero lá saber. Há quem acredite que cada um de nós acaba por ter aquilo que merece. Não creio que seja assim. Aliás, pelo exemplo desta Dama de Ferro, fico ainda mais convicto de que as coisas não se passam assim.

Voltando à vaca fria, passo a expressão, "A Dama de Ferro" merece ser visto pela extraordinária presença de Meryl Streep. Se ela alguma fizer o papel de uma pedra perdida no meio de uma estrada, tenho a certeza de que será uma interpretação absolutamente memorável. Como sempre.

4 comentários:

Li Ferreira Nhan disse...

Como vc bem disse, ela consegue interpretar até uma pedra perdida na estrada. Meryl Streep esta sempre a superar!

Ah,
nossos vizinhos, aqui do cone sul, odiaram a película. Disseram que é mesmo medíocre.
Mas nós aqui sabemos; o que os nossos hermanos falam não se escreve.

Zé Marreta disse...

Subscrevo. Fui vê-lo na 6ª, à 1/2 noite, claro.
Um filme que não passa do maçudo, com uma fórmula de flash-backs contínuos a cair em desuso. Depois tem a magia da Meryl, numa interpretação fabulosa e com um apurado sotaque inglês (se os ingleses lerem isto crucificam-me... sotaque inglês!) e tiques estudados ao pormenor, a par de uma caracterização exemplar (na primeira aparição no ecran da Meryl interpretando o personagem nem conseguia identificá-la, se não soubesse quem era).
Sendo assim, a estatueta é garantida.
Saudações!

Silvares disse...

Li, esses vizinhos têm razões para não gostar. Pelo menos aqueles que forem mais saudosistas. Talvez nem consigam ver Meryl Streep e apenas tenham olhos para a personagem que ela interpreta.
:-]

Zé, a amiga Meryl é, de facto, uma grande actriz. Sem ela (ou com outra) o filme não existia.

Jorge Pinheiro disse...

Um primeira parte entediante e parada. Uma segunda parte mais animada. O filme não é político no essencial. É uma senhora com alzeimer que vê o marido morto em permanência, que bebe e alucina mais e que vai em flash back recordar momentos da carreira. Preferiria um filmae mais interveniente. Mais controvertido e menos intimista. Vale com a interpretação de Meryl (excepcional)e vale como documentário resumido.