domingo, janeiro 22, 2006

O ano do Burro


Não há espaço para o burro no calendário chinês. Ao que tudo indica este será um exclusivo do povo português.

As projecções para resultados das eleições presidenciais que começam a chegar apontam a forte probabilidade de termos Cavaco como supremo magistrado da nação.

Fica provado que um povo se vê reflectido no espelho eleitoral de forma implacável. Perguntava a Bruxa Má se haveria alguém mais bela do que ela. O povo português perguntará se há algum povo mais burro do que ele. Vale-nos o espelho ser mudo.

Cavaco será eleito, ao que tudo indica, por ser capaz de não ter uma ideia que seja ou, admitindo que há mais do que um Tico e um Teco entre a sua população de neurónios, ser capaz de evitar mostrá-las a quem tenha a infinita paciência de o ouvir.

A repetição até à náusea de lugares-comuns e frases balofas deu frutos. Cavaco é incapaz de articular um discurso coerente de forma livre e espontânea. O povo adora-o. Cavaco não lê um livro, não vê um filme, não vai ao teatro, o povo está ao lado dele. O povo revê-se nele!

É triste fazer parte deste povo e, em dias como este, é mesmo embaraçoso. Como poderei amanhã olhar para o espelho sem pensar na tal pergunta? Espelho, fica calado e evitas-me 7 anos de azar (bem bastam os próximos 5).

Ao que tudo indica começa hoje o Ano do Burro.

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