É tão estranho ser capaz de ser simples. Eu, que sou um gajo complicado, salivo de prazer quando encontro imensidões integradas numa frase, mundos inteiros numa linha só. Mas não sou nada assim, bem antes pelo contrário. Aqueles que amo que o digam, aqueles que amo podem explicá-lo, aqueles que amo sabem bem do que falo. Aqueles que por mim são amados.
Por vezes encontro-me com a simplicidade. Olá, tudo bem? Tratamo-nos cordialmente e pouco mais. Cada um segue o seu caminho. Até amanhã. Não estou certo de que a admiração que por ela sinto seja recíproca, nem sequer tenho a certeza de estar a fazer algum sentido enquanto vou descendo os degraus da escadaria deste texto. Lá mais em baixo há qualquer coisa mas a esta distância ainda não consigo perceber-lhe os contornos. Estamos demasiado afastados.
A simplicidade não me corre nas veias. Quando dou por ela está parada. Começo a suspeitar que a simplicidade, em mim, é uma estátua.
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