As redes sociais têm muitas coisas estúpidas. Parece-me até que têm mais coisas estúpidas do que o contrário. Basta abrir as caixas de comentários a qualquer notícia de jornal por pacífica que nos possa parecer para depararmos com um relambório de insultos e afirmações malcheirosas. As nossas caixas de email são autênticos vazadouros do lixo mais variado. Isto de andar na NET está cada vez mais penoso.
Mas, no meio de toda esta porcaria, há um fenómeno que me intriga: as piadinhas. De súbito, perante um teclado e um ecrã de computador, todos nós nos tornamos potenciais criadores de conteúdos cómicos. Eu próprio já me apanhei em flagrante, muito mais que uma vez, a escrever parvoíces imensas que, depois de ler e reler, me deixam perplexo perante a minha extraordinária cabotinice. Que porra! Fui eu quem escreveu aquilo!?
Quando me apercebo a tempo de ter sido estúpido, apago a patacoada e pronto, caso resolvido. O pior será quando não me enxergo a tempo de pôr o dedo na ferida e a coisa passa, incólume e imbecil, mundo adentro com a minha assinatura a enfeitar o cócó.
Infelizmente a estupidez não é um exclusivo da minha pessoa.
Quando vejo amigos caindo na esparrela da piadola, dizendo parvoíces do tamanho da autocarros, fico triste. Não tenho coragem de lhes dizer "essa merda não tem piada nenhuma", calo-me bem calado e finjo que acaba ali o problema. Mas não, eu sei que não. O problema não acaba nunca. Antes se eterniza na amarelice dos sorrisos.
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