Não gosto de bater no ceguinho mas, por vezes, o ceguinho merece e... aí vai disto! Hoje estava a ver televisão, era quase a hora da papa. Na TVI dois apresentadores meio mongas iam desfiando os casos do dia: um rapaz que matou o pai à facada, uma idosa que havia falecido num lar ilegal que tentou ocultar o facto aos familiares da defunta. Este com direito a ligação em directo ao local onde um repórter ia começar a debitar as banalidades do costume, começando por repetir exactamente aquilo que havia sido dito em estúdio. Este é o género de televisão que me repugna e mudei de canal.
Fui cair na SIC e, qual não é o meu espanto, também aqui se estava a discutir o caso do filho que esfaqueou o pai. Outros apresentadores (também um homem e uma mulher, imagino que seja necessária a paridade para garantir as boas intenções da estação), outros comentadores (tal como na TVI uns camelos arrogantes a arrotar postas de pescada, como se fossem anjos vingadores). Ainda não estava eu refeito da surpresa de encontrar o mesmo tema quando, mudando de assunto, lá vêm com a história da velhinha e do lar ilegal e ainda, suprema coincidência, ligam em directo para o repórter no local.
Que merda é esta!?
Depois haverá de aparecer um apresentador de telejornal com cara de cu e ar enjoado a dizer que os casos de ansiedade e sofrimento psicológico têm aumentado de forma assustadora entre a população portuguesa. Claro que nos explicam que isso se deve ao confinamento e à puta da pandemia. Duvido que sejam as únicas causas. Esta televisão vampírica há-de ter muitas culpas no cartório e o pior é que, mesmo depois de a pandemia ser controlada e o confinamento ter acabado, esta porcaria vai continuar a sugar os sentimentos das pessoas, contribuindo para o mal-estar generalizado. Com grandes audiências.
Os telespectadores são como os zombies da série The Walking Dead, doidinhos por fincarem o dente em carne fresca. As estações televisivas são como bordéis onde as meninas são oferecidas, não às carícias, mas à dentuça dos consumidores.
Uma choldra.
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