Queria escrever sobre esta dúvida que me vai roendo as unhas ao juízo: é a guerra um crime? Mas já não sei se o faça, prefiro ouvir uma guitarra eléctrica a rasgar o espaço, a fazer do tempo uma tempestade uma coisa tensa e bela, o tempo da guitarra eléctrica. A guerra que se lixe, o crime que se amanhe, a gente está diluída de tanto confinamento. Caraças.
Queria reflectir sobre se matar quem nos vem matar é passível de ser considerado crime. Mas estou a ouvir os Stooges e essa questão mistura-se num manancial desenfreado de som e fúria e a coisa já não se me afigura tão premente.
"Now I wanna be your dog"... o que me resta pensar quando esta frase me esfuranca o juízo (já sem unhas)? Nada, nadinha, népias, néribi! Agora a minha mente voga nas ondas da guitarra, vai de encontro aos tambores, abana-se nas notas estridentes do piano.
Amanhã preocupar-me-ei.
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