quarta-feira, dezembro 30, 2020

2020

Bem vistas as coisas é apenas mais um ano que se vai apagando. Já lá vão dois mil e vinte anos na nossa Era. A civilização egípcia, que se aprende nas escolas com a pirâmide de Gizé como ícone principal, durou mais de três mil, três mil anos, caraças! Quantas epidemias terá suportado além das pragas que lhe rogou o deus dos judeus? O nosso deus.

A pandemia envenena os nossos sonhos? Os sonhos de quem, de quantos? Arruinou o futuro das crianças sírias? Empurrou para o mar vagas incessantes de pessoas que fogem do mundo para dentro dele? A pandemia veio pôr a nu fragilidades e incongruências do sistema capitalista? Alarma-nos para a evidência da decrepitude do nosso modo de vida? Valha-nos Nossa Senhora. Pode ser a dos Aflitos.

Bem vistas as coisas 2020 é apenas mais um ano de merda para a espécie humana e nem sequer podemos ter a certeza que tenha sido o pior. Decerto houve outros bem mais devastadores. A verdade é que a espécie humana não sofre como um todo. O sofrimento é um coisinha muito parcelar, muito parcial e extremamente privada.

Bom Ano Novo.

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