Ai, as palavras (suspiro). Como podem elas enredar-nos o entendimento e pescá-lo como se fosse carapau do gato! A comunicação feita assim, à distância de um teclado, na solidão de um ecrã, ganha muitas vezes a rigidez de uma estátua de mármore plantada num jardim, a imitar vagos ecos de uma antiguidade desconhecida.
A frase anterior, por exemplo, que coisa pomposa e, temo bem, confusa como o caraças. Na minha cabeça faz sentido, a metáfora até funciona, mas tenho a sensação que para ti, amigo leitor, possa não se parecer com nada. Ou talvez ganhe um significado inesperado, o seu sentido a escorregar-me da ponta dos dedos como uma enguia furtiva. São palavras.
Queria eu dizer que a comunicação a distância, sem presença física, se presta a parecer algo que não passa de cópia farsola de uma conversa verdadeira e que, ainda por cima, quando rebuscamos as palavras, poderá tornar-se pretensiosa.
Lá no fundo é o que este post é: pretensioso. Mas não era para ser, garanto-te, quando comecei a escrever o texto não fazia a mínima ideia de que iria acabar, precisamente, aqui.
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