A praia estava vazia. Não se via ninguém no extenso areal.Talvez houvesse gente para lá das dunas mas, para já, não fosse o mar era um deserto. Saltaram do bote, pés em terra, um consolo! Um deles deu uma corridinha, braços ao ar, gritando como uma criança: iupi, iupi, iupi! O mais alto - barba comprida, olhar fechado, braços como troncos de árvore - fez um gesto elevando a mão em concha na direcção do céu cinzento e disse "esta praia é minha". Sem entoação particular nem emoção sensível. Apenas aquilo, aquela praia, agora, era dele. Os outros homens pareceram contentes com a declaração do chefe.
Palavras não eram ditas quando viram surgir na linha em que a duna tocava o céu um grupo de outros homens. O caldo estava entornado.
Sem comentários:
Enviar um comentário