Santo Estêvão, no Museu de Grão Vasco, em Viseu
Transcrevo do meu caderninho de apontamentos:
"O tempo roeu-lhe a tromba" - olhando uma estátua jacente em pedra, no túmulo de um bispo depositado no claustro da Sé de Viseu. "Aquele gesto de mãos impossível" - como é norma nas representações pictóricas de arte antiga. "Uma Virgem apoia os pés numa barca que navega uma nuvem pequenina"; "Alguns têm os dedos dos pés mais compridos que os dedos das mãos" - as estátuas em madeira dos evangelistas, no Museu de Grão Vasco sustentam esta observação mas também nas pinturas se encontra essa estranha interpretação da anatomia humana. "O Santo Estêvão parece ter uma poia no meio da testa"; "Tenho muita dificuldade em aceitar que certos enquadramentos sejam os originalmente concebidos pelos artistas. O Calvário, de Grão Vasco, por exemplo: como acreditar que o manto da personagem em primeiro plano, do lado esquerdo da composição, tivesse sido cortado propositadamente pelo Mestre? Não faz qualquer sentido. É um enquadramento de tipo fotográfico de instantâneo recolhido por um amador pouco cuidadoso."
Fecho o caderninho.
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