Um gajo pensa: não pode ser apenas isto! Mas, logo depois, as horas passam, passam os dias, passam os meses, um gajo esquece a pergunta que fez; um gajo distrai-se.
De súbito, sem razão aparente, um gajo volta a pensar: é apenas isto? E, mais uma vez, a questão se perde, fica quieta... é esquecida. A verdade é que o Mundo se disfarça, hesita, confunde, faz de morto, o Mundo tudo engendra de modo a evitar que um gajo pense e verbalize a pergunta: não há mais nada? O Mundo quer fazer de nós os seus poetas.
Pois, parece que não, que não há mais do que isto. Mas um gajo não quer acreditar. O Mundo promete sempre muito mais do que pode oferecer de facto. Um gajo agradece pois não consegue imaginar nada mais deprimente do que haver resposta concreta para a teimosa questão: afinal qual é o sentido da vida? Nós somos os poetas do mundo.
Um gajo imagina que, talvez mudando de lugar, talvez indo em frente, ou voltando para trás por outro caminho... um gajo tem a ilusão de que o movimento impede que as coisas percam sentido (ou que o adquiram) e então vai. Um gajo é até capaz de acreditar que há um unicórnio ao fundo da floresta. Um gajo acredita até que há uma floresta.
Por vezes imagino que esta vertigem suicida em que mergulhámos todos (este mergulho a pique), esta voragem consumista, esta destruição da Natureza que executamos de forma sistemática, é, na verdade, uma vingança sórdida. Imagino que seja a nossa resposta para a tal questão. Mas também isto acabo por esquecer. Não há tempo para merdas destas, a maior de todas as urgências é viver.
De súbito, sem razão aparente, um gajo volta a pensar: é apenas isto? E, mais uma vez, a questão se perde, fica quieta... é esquecida. A verdade é que o Mundo se disfarça, hesita, confunde, faz de morto, o Mundo tudo engendra de modo a evitar que um gajo pense e verbalize a pergunta: não há mais nada? O Mundo quer fazer de nós os seus poetas.
Pois, parece que não, que não há mais do que isto. Mas um gajo não quer acreditar. O Mundo promete sempre muito mais do que pode oferecer de facto. Um gajo agradece pois não consegue imaginar nada mais deprimente do que haver resposta concreta para a teimosa questão: afinal qual é o sentido da vida? Nós somos os poetas do mundo.
Um gajo imagina que, talvez mudando de lugar, talvez indo em frente, ou voltando para trás por outro caminho... um gajo tem a ilusão de que o movimento impede que as coisas percam sentido (ou que o adquiram) e então vai. Um gajo é até capaz de acreditar que há um unicórnio ao fundo da floresta. Um gajo acredita até que há uma floresta.
Por vezes imagino que esta vertigem suicida em que mergulhámos todos (este mergulho a pique), esta voragem consumista, esta destruição da Natureza que executamos de forma sistemática, é, na verdade, uma vingança sórdida. Imagino que seja a nossa resposta para a tal questão. Mas também isto acabo por esquecer. Não há tempo para merdas destas, a maior de todas as urgências é viver.
2 comentários:
Bravo. O gajo e filósofo de tasca, disse tudo.
Não esperava chegar a esta fase da vida com a cabeça tão ocupada por problemas desta... natureza...
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