Hoje apercebi-me daquilo que me parece ser um erro de alguma gravidade. Quando falamos em "elementos básicos da linguagem visual" referimos sempre o ponto, a linha e o plano. É uma sequência lógica que parte do mais ínfimo elemento dessa linguagem para o mais vasto. Partimos do princípio que estamos a referir conceitos tradutíveis por sinais gráficos, mas a coisa não é assim tão pacífica.
Um ponto é, por definição, um lugar geométrico que resulta da combinação de um determinado conjunto de coordenadas. É uma abstracção, Como podemos pretender que uma pintinha no meio de uma folha em branco represente um ponto? Magritte mostrou-nos, com A Traição das Imagens, que uma pintura de um cachimbo não é um cachimbo. Logo, uma pinta não é um ponto. É uma pinta que, nas nossas monas, significa e representa um ponto.
Assim, proponho que passemos a designar os elementos básicos da linguagem visual como "pinta, linha e plano", sabendo que a questão da linha ("é um ponto que foi dar um passeio", segundo Paul Klee) e a do plano (será uma recta a rebolar sobre si própria?) também merecem alguma atenção e muita, muita reflexão.
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