Por vezes dou por mim muito longe de mim próprio. Logo a seguir é como se acordasse subitamente de um vôo planante sobre o meu corpo e nele caísse vertiginosamente, por ele sugado como só o nosso corpo nos pode sugar quando, por momentos, o havemos esquecido. Slurp! Estou de regresso.
É difícil explicar por palavras estas coisas que parecem não acontecer mas que acontecem. É como quando estou a desenhar ou a pintar. Nessas ocasiões é bastante comum perder-me na floresta dos minutos. Entro na floresta e logo me deixo envolver pelo seu silêncio, pela sua frescura, pela doce escuridão. E pinto como se caminhasse, sonho como se escrevesse, divago como se alma e corpo fossem coisa única; ocasiões houve em que tive a sensação de sermos coisa universal, ínfima parte do Todo.
A lista das maravilhas é mais extensa, sei que é, mas de momento estou incapaz de acrescentar mais o que quer que seja. A realidade é a força de gravidade do espírito.
Sem comentários:
Enviar um comentário