Cadáver Aflito (inspirado num conto curto de Dino Buzzati)
Um grupo de pessoas encontra-se na sala de embarque de um grande aeroporto internacional. Vão viajar para longe, muito longe mesmo. A situação global não é famosa, a Humanidade está com problemas graves. O planeta Terra nem por isso. O planeta vai sobreviver.
Os passageiros entram na aeronave, ocupam os seus lugares. Tudo se processa na maior das normalidades. O avião lá vai. Acompanhamos cada um dos passageiros: o que vêem, o que pensam, o que ainda sonham; individualmente, uns dos outros, sobre o mundo, talvez, até, possamos captar uma ou outra ideia sobre o planeta Terra. Lá vamos também, todos com destino igual.
Durante o vôo algo de radical acontece lá fora (um dos passageiros tem a sensação de, por momentos, estar a voar lado a lado com um míssil intercontinental mas pode ter-se enganado, talvez fosse uma cegonha ou um animal estranho e desconhecido). As comunicações com o exterior do avião são interrompidas. Os passageiros ficam isolados na imensidão do céu. Angústia, terror, desespero? Nada disso ou, melhor dizendo, não somos todos iguais.
A esperança é a última coisa a morrer e a nossa imaginação não tem limites.
O avião aterra.
FIM
Sem comentários:
Enviar um comentário