Não sei se sou só eu, também sentes que o espaço à tua volta se contrai e tende a encerrar-te o corpo numa espécie de nuvem ansiosa? Ainda assim a coisa não parece muito grave. Há tanta gente à minha volta, tanto ruído (um vozear constante), os lugares específicos são rapidamente ocupados... e as férias ainda não acabaram, mas a coisa não parece muito grave. Parece apenas banal.
É como com a galinha e o ovo; o que nasceu primeiro, a banalidade ou o desconforto por ela provocado? Talvez os peixes se sintam oprimidos pela água, talvez os canários não se apercebam das grades da gaiola. Viver é apenas duvidar? A vida é uma dúvida em expansão, cada dia a torna maior e mais intrincada, cada dia a torna mais difícil de questionar e explicar (quem pretende explicar a vida?) até que... acaba. Parece ridículo, patético.
Mas porquê? Porquê ridículo, porquê patético? Uma galinha sem cabeça a correr de encontro às paredes sim, é ridículo. Um cão vestido com uma roupinha de cetim é patético. Uma pessoa a morrer sem ter compreendido quase nada do que lhe aconteceu ao longo da sua existência é apenas a ordem natural das coisas.
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