Por momentos acreditei que tinha encontrado a resposta. Senti-me seguro, quase sábio. Poucos momentos durou esta magnífica sensação. Logo de seguida regressei à condição de ignorante, hesitando perante situações de aparente simplicidade. Situações que já antes vivi mil vezes geram em mim uma angústia significativa.
Será sempre assim? Algum dia terei a certeza de ter percebido alguma coisa? À medida que o tempo se vai aproximando do seu fim (quanto tempo me resta?) nada muda de substancial. Talvez seja um pouco mais observador do que era antes mas essa capacidade apenas contribui para compreender com maior acuidade a real dimensão da minha ignorância.
Talvez sinta menos ansiedade, talvez esta lenta aproximação na direcção da meta da minha existência proporcione menos desespero perante certas ocasiões. Espero que isto seja verdadeiro. Talvez não consigamos nunca mais do que isso: diminuir a ansiedade. Já não seria mau; a impossibilidade da sageza compensada por uma espécie de estupidez natural. Grande vitória!
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