Tenho a sensação de que já utilizei este título num post anterior do 100 Cabeças. Se não foi título foi tema, se não foi tema foi frase.
Vem isto a propósito da vontade manifestada pelos principais dirigentes políticos dos países do G7 em taxar os lucros das grandes multinacionais arranjando forma de lhes secar a artimanha de fugirem com o rabo à seringa indo pagar impostos para paraísos fiscais que os não cobram (!?). Esta minha explicação é um bocado tola pois não compreendo muito bem como funciona a coisa. O que eu percebo é que os poderosos estão a tentar encontrar forma de domarem um pouco a besta selvática do capitalismo.
Decerto são dirigentes muito poderosos que não dependem directamente das tetas das grandes multinacionais para saciarem a suas necessidades de consolo. Vai daí puxam-lhes as calças para baixo e ameaçam-lhes os lucros, que poderão baixar de escandalosamente pornográficos para apenas estupidamente insultuosos.
Para os defensores da ideia da TINA (There Is No Alternative) económica isto é um atestado de menoridade intelectual. Andam há anos a convencer o pagode de que não há alternativa, que os capitalistas são como as enguias e não se deixam apanhar, escapulindo-se ao menor sinal da alarme. No lado oposto muitos se recusaram a aceitar a TINA como uma fatalidade do destino. Aqui está a prova de que até mesmo os capitalistas mais viscosos e arredios acabam por ser apanhados, assim haja vontade política.
O que não estava propriamente no programa era que o método prescrito para caçar enguias no lodo da alta finança fosse criação do próprio sistema capitalista. Ou, por outro lado, o facto de ser o sistema capitalista a inventar uma forma de se travar a si próprio revela a dimensão inimaginável da roubalheira que vem sendo perpetrada há várias décadas debaixo dos nossos narizes.
Termino com toda a convicção: vão prá TINA que vos pariu!
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