Ele quis ser mar, ter ondas sobre os ossos, cardumes inteiros na barriga, Poseidon sentado num trono feito no seu cérebro.
Antes sonhara ser continente perdido, secreta Atlântida ou apenas uma ilha no meio do Mediterrâneo, uma ilha agachada dentro de um labirinto impossível de resolver por seres vivos, acessível apenas aos maiores de entre os deuses.
Ele desejara ser tantas coisas, tantos sonhos, lendas, poemas, romances, ele desejara ser... agora jazia ali, caído na dureza da rocha onde o seu corpo viera embater com violência. Tinha as asas partidas, o bico abria e fechava como uma porta sacudida pelo vento. Sentiu a vida por um último instante. Deixou de sonhar.
* Não confundir com o Tristão.
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