quinta-feira, abril 05, 2012

Nostalgia


Aqui há uns dias fui ver o filme "John Carter de Marte". Pura nostalgia. Quando era um adolescente apaixonado por Banda Desenhada (Histórias em Quadrinhos) e coleccionava várias revistas do género, as aventuras de John Carter foram publicadas, durante algum tempo, no Mundo de Aventuras.

As historietas de John Carter, criadas por Edgar Rice Burroughs, o autor de Tarzan, fizeram-me sonhar e passar bons bocados. Subitamente o herói marciano desapareceu e nunca mais ouvi falar dele ou sequer dele me lembrei. Como tantas outras coisas, perdeu-se no esquecimento.

Agora, ao que parece para celebrar o centenário da publicação das primeiras aventuras escritas por E. R. B., a Disney lançou este filme em 3D com grande alarido e baldes de pipocas. Não pude resistir ao apelo nostálgico e lá fui.

É um filme daqueles, de aventuras, seres abstrusos e muita moral. Um filme para toda a família, como a Disney gosta de fazer. Fui sozinho, sem pipocas mas com uns óculos 3D para colocar sobre os meus óculos de lentes progressivas.

Quando lia o Mundo de Aventuras estava longe de imaginar que um dia iria usar óculos para, simplesmente, poder ver e muito menos imaginava óculos e filmes em 3D ou uma técnica digital capaz de tornar reais os monstros mais extraordinários que a mente humana possa inventar.

Mas assim é. A realidade tecnológica encarregou-se de transformar em objectos quase tangíveis coisas que apenas fui capaz de sonhar olhando fixamente desenhos sem movimento. As coisas transformavam-se dentro da minha cabeça, ao ler as pranchas de Banda Desenhada. Agora, além do deslumbramento do 3D e das pipocas em baldes, as crianças ainda hão-de ter um jogo de computador à sua disposição.

Se não sentes esta nostalgia, caro leitor, não valerá a pena ires ao cinema ver esta coisa. O esforço sublime de imaginar o maravilhoso é cada vez mais servido como um pronto-a-comer que te oferecem já devida e previamente mastigado. Há quem considere isso aborrecido.

6 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

Pois, então não vou. Fiquei pelo Pato Donaldo e Axtérix.

Anónimo disse...

Eu também não vou!
Aliás tem muito pouca coisa que me tira do conforto de casa, para enfrentar estacionamentos mais caros que cinemas caros ( e eu já pago meia ). E no fim não perco quase nada, pois em muito pouco tempo esses filmes ditos "imperdíveis" passam na telinha da TV. Claro, não é a mesma coisa, mas não se pode ter tudo....

Jorge Pinheiro disse...

Eu gosto de ir ao cinema. Aqui em Oeiras é fácil. Só as pipocas me enervam!

banzai disse...

ora queridos deixem as pipocas,rs...cinema sem pipoca não é cinema. Tá certo, pipocas em balde gigante, isso me incomoda, mas as pipocas não! eu amo pipocas,rs.
Qto ao filme, nunca vi em 3D, me dá dor de cabeça isso sim. Mas tenho filhos pequenos e com certeza eles vão querer ir e colocar os tais óculos 3D e como faz? Vou lá experimentar,rs.
madoka

Anónimo disse...

Madoka,

eu também gosto de pipoca, e as como em casa. Cerveja e pipoca são recita certa para assistir um jogo de futebol pela TV.

Silvares disse...

Jorge, o Astérix também já vende muita pipoca!
:-)

Eduardo, nada como estar consciente daquilo que queremos! Diz bem, ver na TV não é a mesma coisa. Mas se é aquilo que você decide é aquilo que você tem!
:-D

Madoka, o meu problema com a pipoca em balde de papelão é quando, no silêncio da cena, em pleno momento de suspense.... ouço a mão da pessoa do lado a vasculhar nervosamente o fundo do balde à procura da pipoca que lhe alivie a angústia, cortando a minha concentração na cena. Só isso.
:-)