terça-feira, dezembro 20, 2005

Veneno


Eles estão ali, no écran, e debatem, debatem, mas não me chegam a entusiasmar.
Esta pré-campanha promete uma longa seca de ideias e dispensava bem a campanha que se vai seguir.

Adivinha-se um massacre indecente às nossas inteligências nos tempos mais próximos. Se pudesse saltava já direitinho para o dia 22 de Janeiro e ia votar. Guardava apenas uns diazinhos que me vão encontrar longe daqui, sem as fronhas destes dois mais as dos outros a enfeitarem-me as manhãs, sem declarações bombásticas nem rasteiras no escuro.

Pelo que vejo o ogre Cavaco está poderoso no seu papel de cordeiro e o velho Soares mais fracote a fazer de lobo. Nem o velho morde nem o outro é suficientemente tenro para ser mordido.

Começo a acreditar piamente na hipótese de Sócrates ter ido buscar Soares ao remanso da reforma para o queimar no fogo lento desta secosa que agora começa a tomar contornos de coisa insuportável. O primeiro ministro prefere Cavaco como cara-metade e, não tendo cara-de-pau suficiente para o apoiar, desencantou à pressa este velhote com a chama a apagar-se nitidamente.

Sócrates encheu o copo de Soares com veneno. E o velho, convencido da sua superior inteligência, faz figura de palonço e vai bebendo, bebendo, até estoirar em desatino.

Tá mal!

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