sábado, dezembro 03, 2005
Blogue, blogue, bloooogue.
Li algures que no século XIX, quando a imprensa surgiu em força e em forma houve um boom terrível e todos os que puderam ou tiveram o impulso, publicaram o seu jornalzinho, a sua página, o seu panfleto, foi uma festa!
Assim me quer parecer, acontece nos dias que correm com esta coisada dos blogues. É uma verdadeira pequena maravilha qualquer marmanjo poder verter no esquecimento do espaço virtual o que muito bem lhe passa pela santa cachimónia.
Da parte que me toca fui resistindo até mais não poder. Aqui vou deixando este palavreado sem qualquer feed back nem intenção especial que não seja isto mesmo. Tem o seu quê de adolescente e talvez seja esse o encanto irresistível.
Já quando apareceram as rádio piratas me envolvi numa das mais obscuras que emitia em Almada, talvez apenas para o prédio em que tinhamos montado o emissor. Era a Rádio Besouro e eu passava a semana a preparar um programa de uma hora que ninguém ouvia a não ser o locutor, mas isso era o que menos importava.
Este blogue tem o condão de me fazer escrever, uma actividade que muito prezo mas que me provoca ondas de preguiça que, normalmente, transformo em absolutamente nada.
Lembro-me de ter lido na introdução à colectânea de contos Cyberpunk, Mirroshades (Reflexos do Futuro na inqualificável tradução em português da colecção Argonauta, publicada em 1988) um entusiasmado Bruce Sterling considerar o poder incontrolável da fotocópia como uma arma potente da contra cultura Pop, uma forma de afirmação das culturas urbanas alternativas. Ganda Bruce, como estavas longe de imaginar esta cenaça que agora temos em mãos.
Será possível que estejamos perto de encontrar o Significado da Vida?
Será esse o nosso destino, verter tolices para o mundo virtual? Encher o planeta com palavras luminosas, cobrir o mundo de informação inútil?
Bah, quem se importa com isto? O que importa o que quer que
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