Acontecem tantas coisas ao longo de um único dia que ele não consegue imaginar a possibilidade de imaginar "eternidade". É algo que, para ele, nunca poderá fazer o mínimo sentido. "Eternidade" está, na cabeça deste gajo, ao mesmo nível que "infinito". Não dá para sequer tentar o esboço de uma ideia.
Ele pensa que eternidade e infinito são coisas próprias de deuses, pelo menos. Talvez nem mesmo certos deuses tenham capacidade para conceber tais absolutos, que há deuses muito parvos, estúpidos e até mesquinhos. Bem vistas as coisas, ser um deus não é assim tão especial como nos querem fazer crer. Depende muito dos poderes que forem postos à sua disposição e as funções que possam exercer.
Não sabe se há um deus para a merda mas admite que sim, que existe uma divindade cuja principal função é a de lidar com assuntos relacionados com a actividade intestinal. À primeira vista ele não inveja a ocupação dessa divindade mesmo que a execução da função lhe traga certos benefícios como, por exemplo, a imortalidade. Não sabe porquê mas passar a eternidade a lidar com merda a toda a hora e momento é coisa que não o seduz. Isto apesar de, como é sabido, ele não ser capaz de compreender o que possa significar "eternidade".
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