sexta-feira, abril 03, 2020

Crise pandémica


A crise que atravessamos tem tido a terrível virtude de iluminar certos recantos obscuros do mundo em que vivemos, expondo mais claramente os traços de alguns seres que habitam na penumbra. Jair Bolsonaro e Donald Trump são dois exemplos concretos de como “o sono da razão engendra monstros”. 

Por outro lado António Costa tem-se mostrado um líder capaz de enfrentar a borrasca com razoável valentia e Rui Rio não envergonha ninguém nos tempos difíceis que vivemos. Alguém se recorda do modo soez como, no início desta crise, o deputado Ventura se tentou aproveitar da situação para insinuar que Marcelo Rebelo de Sousa estava a contribuir negativamente para o evoluir da situação, pretendendo acumular créditos para uma futura campanha presidencial?
 
Quanto a mim, esta crise pandémica mostra, a quem o quiser ver, a supremacia absoluta dos que acreditam e praticam a Democracia sobre aqueles que se imaginam a ditar regras ao sabor das suas pulsões narcísicas. Todos nós imaginamos que ultrapassada esta crise o mundo vai mudar, só não sabemos em que sentido. Oxalá o vírus tenha, pelo menos, o condão de enviar certas ratazanas para o esgoto a que pertencem.

Carta enviada ao Director do Público (duvido que seja publicada)

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