Quando
Picasso viu, pela primeira vez, máscaras africanas ficou siderado. A partir daí
a história da pintura deu uma cambalhota e a grande arte do Ocidente
revolucionou-se milhentas vezes. A pintura europeia é superior à pintura
africana? Ridículo! Existe apenas “pintura”, independentemente do tempo e do
local onde foi (e é) criada, fruto das circunstâncias que cada pintor vivencia.
A cultura é
uma coisa informe que vamos moldando ao longo da nossa existência. É permeável,
influenciável, mutante. As fronteiras culturais existem apenas como
indicadores, marcações abstractas que ajudam a arrumar ideias em prateleiras e
a enfiar princípios em gavetinhas. As fronteiras culturais são invenções
potencialmente perversas que mais não fazem que gerar sofrimento.
Quantos
deuses foram únicos e senhores absolutos? Quantas guerras santas já arrasaram o
planeta em nome da bondade e da verdadeira fé?
O tema é
inesgotável porque é universal. Não pretendo ter razão.
2 comentários:
Apreciei imenso as suas considerações, caro Silvares.
Um abraço.
Pode não querer ter razão, mas esta absolutamente certo.
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