Dizer que não sei nada é um exagero. Na verdade não sei quase nada. As poucas coisas que fui capaz de compreender até hoje misturam-se e confundem-se numa amálgama peganhenta que nem sempre consigo manusear. As coisas que sei formam uma papa espessa que me ocupa os sonhos. Tento comê-la com uma colher de madeira, tento comê-la com um garfo, experimento com a mão direita. Compreendo que não consigo comer a papa do meu conhecimento. Nem isso sei fazer. Afinal não será exagero afirmar que não sei nada, que sou como uma criança pequena que esqueceu o nome da mãe ou como um cachorro abandonado algures, às portas de um bairro de lata.
1 comentário:
Modéstia. Sabe sim!
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