segunda-feira, março 16, 2015

Nós, portugueses

Os portugueses não acreditam no diálogo; "falam, falam, falam e não dizem nada!"
Os portugueses não acreditam que possam ser chave para resolver um problema; "não sou eu quem vai mudar o mundo!"
Os portugueses têm baixa auto-estima, não acreditam que a critividade possa ser raíz para solução de seja qual for a natureza do problema que os aflige..
Os portugueses têm da arte uma visão patética que oscila entre a ignorância boçal e o pretensiosismo snob de uma auto-declarada elite que se compraz na sua pequenez intelectual.
As elites portuguesas são uma desgraça.

No entanto é pelos portugueses que nos apaixonamos facilmente. Por serem cépticos, desconfiados, conservadores, crédulos, falsamente vaidosos, orgulhosos de serem tal qual são, por serem um pouco estúpidos e razoavelmente imbecis.

Ok, ok, há quem esteja a ler estas linhas e a pensar: "são tudo isso, os portugueses, tal qual tu és." Não poderia estar mais de acordo: tal qual eu sou.

No dia em que todos tivermos coragem para nos olharmos ao espelho com olhos de ver quem somos (um povo que marca greves para as sextas-feiras) talvez possa existir a vaga possibilidade de mudar algo, por poucochinho que seja.

Até lá, cá andaremos com a cabeça entre as orelhas.

2 comentários:

João Menéres disse...

Acreditar no que se vê ou ouve, é uma maneira portuguesa de estar na vida.
Que se lhes há-de fazer ?

Silvares disse...

Talvez se possa tentar fazer a todos o mesmo que se fez a nós!?
:-)