domingo, novembro 04, 2012

Manhã cinzenta



Eu acho que ando triste mas tenho a impressão que não sou só eu quem está triste, parece-me que o país inteiro exala tristeza em suspiros profundos que depois se espraiam por aí como vento morno soprado do norte de África.

Dizer que Portugal, um país, está triste, pode parecer metáfora barata mas, a bem dizer, é o mesmo que dizer que os mercados, que são mercados, estão nervosos.

Já não bastava a Portugal a crise, agora também o céu insiste em manter-se cinzento e a chorar com frequência. Quanto aos mercados basta olhar para aqueles gajos que trabalham nas bolsas, a gesticular como se estivessem a ser electrocutados, a esbracejar como se estivessem a ser atacados por um enxame de vespas furiosas.

Este país está a precisar de consulta psiquiátrica mas não tem dinheiro para pagar a factura nem há psiquiatra à altura dos nossos problemas colectivos. Já os mercados parecem ter acalmado. Ao que se diz por aí eles acreditam que vamos pagar a nossa dívida. Talvez seja essa a fonte desta nossa tristeza… a calmaria dos mercados…

PS O Zé continua à espera que alguém se digne a operá-lo. A manhã continua cinzenta...

7 comentários:

Ana Bailune disse...

Boa tarde! Acho que estamos - o mundo - à beira de algum grande acontecimento. Vejo que muitos (inclusive eu) andam saudosos, tristonhos, sem saberem bem o motivo. Não é apenas Portugal, é o mundo todo.

Li Ferreira Nhan disse...

O outono é mesmo coisa nenhuma. Quase vácuo. Algo que antecede, que anuncia...
Tomara que o pacote do inverno não seja pesado demais.

Caramba o Dear Zé.
Puxa, que situação triste. Que m....!
Rui, manda beijos a ele.
:(

Jorge Pinheiro disse...

Sempre andámos tristes. Agora temos a certeza disso. O problema não é a tristeza. É a falta de dinheiro. E isso levar-nos-ia às projecções sobre o Quinto Império.

Anónimo disse...

Por que não operaram o Zé?

Li Ferreira Nhan disse...

Notícias do Dear?

Silvares disse...

O Dear Zé já se encontra em casa a convalescer. OS avanços e recuos na operação ficaram a dever-se ao processo de organização hospitalar em vigor no nosso país, em geral, na nossa cidade, em particular. Tudo acabará em bem. O sofrimento acaba por ser coisa passageira.

Li Ferreira Nhan disse...

Fico tranquila em saber que o nosso querido Dear Zé já está em fase de recuperação! Beijos a ele!
Obrigada Rui pelas notícias.