Senti uma súbita necessidade de contradizer o meu post anterior. Confesso que o escrevi sem pensar no que fazia e o resultado é um pouco nefasto. Não queria dizer aquilo, antes pelo contrário. Não penso assim, a construção das frases peca por ser tão infantil, o remoinho do tempo baralhou-lhe o sentido e nada daquilo poderia, alguma vez, existir fosse em que universo fosse tentado.
Dito isto passo a explicar que acabei de ler O Marquês de Bolibar, de Leo Perutz, e não fiquei maravilhado. Já O Cavaleiro Sueco, do mesmo autor, me deixou à beira de ficar descalço. Nas badanas e contracapas os editores colocam frases de alguns dos meus heróis literários: "O exemplo perfeito de um romance fantástico no seu estado puro", terá dito Jorge Luís Borges de forma que me parece um tanto exagerada. Italo Calvino terá sido outro leitor devoto deste escritor austríaco nascido em Praga (!!). Enfim, com estas conversas lá me convenceram a ler dois romances que, não fossem estas vozes de fantasmas queridos, dificilmente seriam objecto da minha atenção.
Sim, há nestes romances qualquer coisa de extraordinário, algo de maravilhoso, mas em doses homeopáticas. Para me satisfazer teria de ser algo mais brutal, mais animalesco. Seja como for, caso não conheças este escritor, experimenta lê-lo, errático leitor. Talvez O Cavaleiro Sueco seja entrada mais apetecível mas, diz quem sabe, O Marquês de Bolibar é obra-prima.
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