Afiar as navalhas pareceu-lhe uma boa ideia. Abriu a gaveta e percebeu que já lá não estavam. Lembrou-se que tinha mudado as navalhas de lugar mas não conseguiu recordar o novo poiso. Caramba, e agora? Olhou pela janela. As nuvens cinzentas iam avançando lentamente na direcção do horizonte. Onde estavam as navalhas!? Um cão ladrou lá fora (ou teria sido uma gaivota?) e ele, sem as suas queridas navalhas por perto, sentiu-se triste, um pouco desamparado. As nuvens estavam cada vez mais longe, pareciam puxar lentamente o cobertor da noite que vinha para cobrir a cidade. Os candeeiros da rua ligaram-se. Pensando bem as navalhas não lhe faziam falta. Pelo menos por enquanto.
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