terça-feira, julho 10, 2018

Uma guerra secreta

Nos últimos tempos tenho-me confrontado com duas perspectivas diferentes sobre o papel da Arte (assim, com "A", para não desfazer o equívoco): de um lado posicionam-se aqueles que pensam na Arte enquanto forma de expressão superior, veículo de afirmação daqueles que a produzem e difundem, irmanados numa manifestação algo pedante de uma certa intelectualidade capaz de produzir os discursos mais crípticos e complexos; do outro barricam-se os que têm da coisa uma visão mais terra-a-terra, menos elitista, são pessoas que acreditam que é tão válida a visita do tasqueiro quanto a do crítico de arte. Há mesmo quem sonhe debater ética e estética com o tasqueiro e nem se atreva a abordar o assunto com o crítico de arte, por receio de ter que lhe enfiar um tabefe trombas abaixo lá pró meio da conversa.

Eu gostava de manter alguma equidistância nesta luta surda e pouco mediática, até porque a minha formação académica permite-me compreender a elite mas a minha educação de base põe-me ao nível da populaça. É tramado. Talvez pudesse não tomar partido... mas tomo. Eu sou da populaça.

 

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