sexta-feira, maio 13, 2016

Magia

Tentar compreender o mundo que nos rodeia é tarefa impossível de concretizar. Sempre foi. Os grandes pensadores oferecem-nos lampejos clarividentes, iluminam por instantes o negrume universal.

Quando reflectimos sobre a imensidão percebemos que somos menos que um átomo no corpo frágil de uma formiga. Além disso, condenados que estamos à extinção, podemos sentir a angústia infinita de não sermos nada. Mas, no entanto, estamos aqui. Temos esta vida para viver e este universo para compreender.

É com estes pensamentos que entro no dia que se segue. Não posso dizer que esteja particularmente entusiasmado. Sei que, mais logo, terei esquecido esta deprimente reflexão. Quando der a primeira gargalhada do dia tudo se iluminará, como que por magia.

4 comentários:

rui sousa disse...

O racionalismo e empirismo ocidental estão-nos a transformar numa sociedade inerte, vazia e sem mistérios. Esta obsessão vai acabar por fazer de nós uns zombis ( já somos ). Falta mais animismo e misticismo na nossa vida e menos racionalismo. O racionalismo acendeu-nos luzes mas apagou-nos as estrelas do céu. E estamos convencidos que somos o farol da humanidade.

Silvares disse...

Racionalismo, empirismo, animismo, misticismo, a reflexão sobre o mundo que nos rodeia toma muitas formas mas a finalidade, penso eu, é só uma: a construção de um mundo no qual a Humanidade tenha lugar. A nossa sociedade ocidental está a destruir o mundo e, como tal, a privar a Humanidade de poder encontrar um lugar para viver. Um dia a nossa civilização será uma ruína. Talvez outras, menos tecnológicas mas mais atentas à nossa animalidade, possam prevalecer.

rui sousa disse...

Procurar um mundo no qual a Humanidade tenha lugar, é voltarmos ao racionalismo. Porquê a obsessão de ter que haver "humanidade" entre os humanos se ela não existe em mais nenhum outro tipo de vida no planeta? Queremos um mundo que não seja cruel para os humanos mas que o continue a ser para as outras espécies? Não saímos disto. Morremos à procura, angustiados e frustrados. Se calhar o mundo era bem mais simples. Existia uma cadeia alimentar em que uns comiam outros e todos comiam todos. O racionalismo libertou-nos dessa cadeia alimentar mas arranjou-nos uma outra. Esta que temos agora e na qual só nós, humanos, existimos. Se calhar fomos feitos para isto mesmo. Se calhar não é defeito, é mesmo feitio. Não devíamos pensar tanto.

Silvares disse...

O meu instinto de sobrevivência impõe-se-me.