segunda-feira, abril 18, 2016

Ser criativo

Há por aí quem se questione sobre os mecanismos da criatividade, como se pode enxotá-la lá do fundo do galinheiro das nossas ideias. Há quem acredite que ela pode sair a correr, agitando as asas com estardalhaço, fazendo saltar os incautos e os distraídos à sua desvairada passagem. Há por aí quem acredite que se pode forçar a criatividade.

Talvez seja possível fazê-lo, acredito nesse possibilidade, embora esteja convicto de que espevitar a criatividade individual tem de se fazer com jeitinho, assim como quem não quer a coisa.

Um dos maiores problemas prende-se com a maravilhosa variedade que caracteriza o Ser Humano. Aquilo que me estimula pode dar-te um sono dos diabos e vice-versa. Podes mesmo ser estimulado por um sono dos diabos (isso é bonito).

Pessoalmente, estou (quase) convencido de que a criatividade é um processo caótico e, como tal, é despoletada quando menos se espera, embora possamos criar condições favoráveis ao seu despertar a horas certas. Aquilo que funcionou hoje pode não resultar amanhã e a diferença entre um dia e o outro pode ser uma unha negra ou um alarme estridente que parou de guinchar num determinado momento. Um segundo antes ou um segundo depois e nada teria acontecido.

Perguntam-me como faço quando pretendo criar alguma cisa nova. Não faço, deixo acontecer. De vez em quando funciona.

2 comentários:

rui sousa disse...

Nada daquilo que fazemos na vida depende nós. E é perturbador chegar a esta conclusão mas é o que eu acho.

Silvares disse...

Ou então, algo "depender" de outra coisa (ou de alguém) não é tão taxativo como julgamos. Talvez a relação de dependência seja mais uma relação de partilha.Talvez sejamos mais simbióticos do que estamos dispostos a aceitar ou compreender. No fundo somos parasitas de nós próprios. :)