Fazer citações é caminho estreito e repleto de pedregulhos, daqueles que não dão para construir castelos. Ou bem que sabemos do que estamos a falar ou melhor seria manter a boquinha trancada a sete-chaves. Mas as coisas não se passam bem assim.
No mundo ideal, citar alguém implica recolher e acrescentar dados relacionados com a proveniência da coisa o que implica, pelo menos, um "onde" e um "quem", eventualmente um "quando", o que se aconselha vivamente. É, portanto, tarefa que impõe algum rigor e boa-fé da parte de quem cita.
No mundo real é a confusão que se sabe. As citações chovem como sapos em narrativa bíblica. As vindas sabe-se lá de onde misturadas com as que se sabe bem de onde vêm, tudo vale a mesma coisa, não há problema de maior. A ideia original pode estar já um bocadinho distorcida, por vezes completamente adulterada mas, pronto, não vamos chatear-nos por isso. O que interessa é passar a mensagem.
Uma citação errada pode substituir a original e correcta sem grande problema nem esforço. Basta que seja repetida as vezes suficientes para se tornar mais verdadeira que a verdade. Alguém se incomoda com isso? Não vale a pena, desde que a mensagem tenha passado estará tudo bem.
Quem diz uma citação diz um facto. A confirmação é, muitas vezes, puro aborrecimento. Se a coisa for suficientemente sumarenta podemos ficar pela primeira forma, mesmo que não seja propriamente verdade: desfrutar do momento é o grande objectivo dos seres vivos. Seja ele qual for (o facto, o ser vivo, ambos ou vice-versa).