sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Ser (alguma coisa)

O Poder existe para se auto perpetuar. Os poderosos estão-se bem a cagar na populaça, por eles podíamos todos morrer afogados em merda que nem lhes bulia o coração. Quando se é Poderoso tem-se o vício do Poder e nada mais interessa, nada mais tem o mínimo valor.

Se o dinheiro dá Poder então os Poderosos querem dinheiro. Quanto mais melhor. Por muito que se tenha, ter-se mais nunca é demais; e mais, mais e mais e mais, até à loucura, até à dissolução do Outro, até fundir toda a gente na paisagem.

Pessoas transformadas em tijolos, em paredes de betão, em alcatrão sobre o qual rola o Rolls Royce, pessoas transformadas em coisas e objectos. Pessoas como adereços, pessoas que só interessam quando deixam de o ser. Urgh!

Somos alimento do Poder. Somos como bichos cortados às postas, feitos bifes, desmembrados, desossados, expostos em vitrines frigoríficas, rosados, húmidos, apetitosos pedaços de carne pronta a fritar, assar, cozer, estufar. Temos tão pouca importância! Coisa de baixo valor, eis o que somos.

3 comentários:

João Menéres disse...

Yes, my friend !

Jorge Pinheiro disse...

Parece evidente que o dinheiro é feito da exploração alheia. Esse é o princípio base da economia. Não podemos estar à espera de bons samaritanos no sistema capitalista. Os bifes somos nós que nos deixamos picar.

Silvares disse...

Vou fazer dieta, amigos, talvez assim deixe de ser apetitoso.
:-(